segunda-feira, 6 de maio de 2013

OS PEDAGOGOS DA ATUALIDADE

Li dois textos recentes, os quais expressam as opiniões de dois professores sobre a atuação dos pedagogos no momento atual. Um desses professores é bem exaltado, enquanto o outro é mais ponderado, mas os textos são muito bons para se tomar como referências de reflexão, visando o futuro de nossa educação.

Professor da cidade de Cabo Frio
http://dilmanarede.com.br/paulosoares/historiamusicaesociedade/palestrantes-contatados-pela-secretaria-de-educacao-vieram-com-a-mesma-conversa-fiada-de-sempre

As palestras caríssimas contratadas pela secretaria de educação do município acabaram e o que vimos ? O mesmo caó de sempre, a mesma tática de alienar o professor e o mesmo papo furado da tal de Pedagogia do amor, que anda enchendo o bolso de meia dúzia de "Lair Ribeiros" da educação. É óbvio que a secretária de educação Laura Barreto não ia contratar pessoas que fizessem críticas a sua própria administração, que é um verdadeiro descalabro à frente do município. Mas vir sempre com essa estratégia de contratar pedagogos da Herbalife com discurso pronto e alienante, é o fim. Me poupe !

A conversa fiada, o papo furado e a conversa pra boi dormir desses pedagogos tem sempre o mesmo objetivo: trabalhar a motivação do professor, como se os mestres fossem funcionários da Casa & Vídeo. Só faltou aconselharem os professores a bateram palminhas na frente da escola logo de manhã cedo, como fazem os funcionários das Lojas Americanas. Nada de discussão séria sobre os problemas políticos e sociais da educação, sobre os contratos temporários imundos, sobre os baixos salários pagos por políticos pilantras, sobre o descompromisso das elites com a educação pública, sobre o uso político da educação por meia dúzia de irresponsáveis, sobre as turmas lotadas, sobre aprovação automática para atingir índices falsos de qualidade de ensino, sobre a falta de investimentos públicos, sobre a disseminação irresponsável sobre picaretagem, ops, ensino à distância, e por aí vai. Se eles falarem sobre isso, não serão mais contratados pelos governos para essas "importantes" atividades (como eles gostam dessa palavra, né !).

Querem saber a verdade nua e crua ? Trata-se de um bando de espertos e espertas recebendo dinheiro público dos municípios para prepararem discursos pseudamente embasados em teorias pós modernas que visam jogar a culpa da falência do ensino nos próprios professores. A ladainha desses malandros é sempre a mesma. Eles dizem que o mestre têm que amar o aluno, têm que se unir com os demais membros da comunidade escolar numa conjunção carnal pró-educação (qual educação ?), têm que trabalhar a motivação do aluno e a sua própria, têm que estar sempre se atualizando, tem que se dedicar ao máximo, pois magistério é sacerdócio, têm que ser amigo da escola, blá, blá, blá. Se vc já ouviu uma só dessas palestras, já ouviu todas.

Enquanto isso, a situação do professor e da educação nos municípios por onde eles passam com suas palestras da Amway continua o mesmo lixo de sempre. O que os professores menos precisam hoje é de pedagogos desse tipo. Eles que fiquem em casa com seus círculos integracionais, suas "atividades", suas ações motivacionais, suas fantásticas técnicas de aprendizagem e suas ladainhas sobre centrar o ensino no aluno, coisa que está sendo abandonada no mundo civilizado inteiro. Pois de conversa pra boi dormir, o professor anda de saco cheio.

Professora da cidade de São Paulo
http://opatifundio.com/glossolalia/?p=15&cpage=2#comment-9870

O problema da pedagogia

…ou dos pedagogos…

  Educação virou o tema da vez quando se fala de política. É incrível, você liga a tv e encontra jornais e propagandas sobre o tema.


Então o Serra, governador de São Paulo, resolve fazer uma suposta revolução na educação (do dia para a noite) e decide que todos os licenciados aprovados em concurso terão que fazer um curso (provavelmente semipresencial) sobre (basicamente) prática de ensino.


No Brasil temos uma divisão interessante: pedagogos e licenciados. Os pedagogos são professores polivalentes (que dão aulas de todas as disciplinas) e que estudam durante três anos teorias sobre educação. Já os licenciados são especialistas em uma única disciplina e estudam entre 3 e 6 anos (depende da universidade) NÃO SÓ as mesmas teorias, mas teorias de uma determina disciplina. Ah! Vale lembrar que os pedagogos só podem dar aula para crianças até o 5º ano (antiga 4ª série), a partir daí, apenas especialistas (licenciados).


Falando por experiência, na graduação tive só no primeiro semestre 12 disciplinas. Não consigo imaginar qual outra carreira consegue ter tantas disciplinas em um único semestre. Além das disciplinas básicas do curso de letras, tínhamos muitas disciplinas voltadas para a educação (teorias e mais teorias sobre educação, as mesmas que os pedagogos tem).

Eu não sou contra o curso de pedagogia, não mesmo. Acho apenas que ele deveria ser dissolvido em um ano e virar um complemento para as licenciaturas. Estudar superficialmente várias disciplinas e dar aulas sobre elas é o fim…


Você acha que é bobagem?


O pedagogo tem uma missão importante: Alfabetizar, ou seja, a criança deve chegar ao sexto ano sabendo ler e escrever. O “especialista” fica muito feliz quando recebe uma criança assim, mas as crianças chegam sem saber escrever o próprio nome.


Outro problema do pedagogo é que além dele não alfabetizar, ele é um generalista: não sabe nada de cada disciplina.


Na imagem temos um trecho que eu digitalizei da prova do meu irmão, que está no quinto ano (clique na imagem para ampliar):Clique para ampliar

Observem que o exercício pedia para a criança colocar o nome do local INFERINDO a partir da figura. A pedagoga (muito inteligente!) riscou “New York” e colocou “USA”. Why?


Temos uma imagem da estátua da liberdade e a pergunta “Where are you from?”. A criança (no caso meu irmão) vai partir do conhecimento de mundo, assim ela vai inferir pela imagem. No caso, meu irmão sabe que a estátua da liberdade fica em Nova Iorque, então respondeu: New York. Está errado? Não! É como você perguntar para alguém: de onde você é? E a outra pessoa responder: São Paulo. Eu vou riscar São Paulo e colocar Brasil?


A questão vai além…


O problema do despreparo dos pedagogos está só ocultando um outro problema: o livro didático como muleta. A pedagoga além de não saber que New York está certo, corrigiu comparando a resposta do aluno com a do livro didático. Assim, se o livro sugere USA, a resposta do aluno está errada. Fica claro que ela não sabe inglês…


Tenho outras provas (não só de inglês, como português, história…) que permitem escrever uma tese sobre a prática dessa professora (e de outras que ele teve) e sobre o problema da pedagogia…

Acessem os sites dos textos e deixem suas opiniões. Achei muito interessante!!!! 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PEDINDO DINHEIRO NA TV


Recebi recentemente um e-mail de uma amiga, Suely, de Salinas-MG, que dizia sobre uma carta que a jornalista, Eliane Sinhasique, escreveu ao Didi (Renato Aragão) respondendo aos pedidos (que vêm pelo correio) de contribuição para o Criança Esperança.

Entrem no Google e vejam a carta na íntegra, é muito interessante, mas por enquanto vou seguir a mesma linha de raciocínio dela e vou fazer algumas observações:

1 - Ao invés de o Didi mandar uma carta pedindo minha contribuição para ajudar às crianças, por que ele e a Rede Globo não enviam cartas ao PR pedindo a eles que expulsem os políticos envolvidos na corrupção que engole o dinheiro do governo (do governo não, meu dinheiro cobrado em impostos, que deveria ser direcionada às mesmas crianças)? Sabem quanto o PR e seus políticos corruptos roubaram no esquema do Ministério dos Transportes?

2 - Por que os mesmos não enviam cartas aos 35 corruptos presos pela PF, do ministério do turismo, pedindo a eles que devolvam o dinheiro desviado? Ele poderia ser utilizado com as crianças. Talvez se a Rede Globo (formadora de opinião) cobrasse em seu horário nobre punição e devolução dos recursos, isto seria feito, mas não, ela prefere exibir aquelas novelas ruins e que não têm nenhuma função de existência.

3 - Agora para o meu estado, por que o Didi e a Rede Globo não fizeram nenhuma divulgação acerca dos 8 anos de governo de Aécio Neves, que não deu praticamente nada de aumento (salário praticamente inalterado por 8 anos em torno de R$700,00) para os professores do estado (que são os grandes formadores de opinião e de sujeitos críticos, ou que pelo menos deveriam ser)? Esse tal Aécio foi eleito Senador (muito bem votado) sem ter feito absolutamente nada pelo estado, e vai se candidatar à Presidência (tomem cuidado com este marqueteiro). Mas tudo bem, o misericordioso Anastasia (outra pessoa repulsiva pelo seu apego neoliberal e por não se importar com educação, etc e tal) deu um ENORME aumento para os professores, que agora ganham aproximadamente R$1200,00. Ora, a profissão de engenheiro é mais nobre ou mais importante que a de professor (lembre-se que ele só é engenheiro porque passou pelas mãos de um professor)? Então, por que um engenheiro, que tem a mesma formação, superior, que um professor, ganha em torno de R$7000,00 e o professor apenas R$1200,00?

4 - Em minha opinião, se o Didi e a Rede Globo se dispusessem a criticar de forma veemente e contínua tais situações, eles estariam contribuindo muito mais para o crescimento do país e para a melhoria de vida das crianças, pois somente com EDUCAÇÃO e com recursos aplicados àquilo em que deveriam ser aplicados, não indo parar nos bolsos de nossos nobres políticos, é que estaríamos resolvendo o problema das crianças brasileiras. Mas, infelizmente, ao invés disto, eles preferem fazer programas de humor inócuos e/ou novelas inúteis.